Introdução à JavaScript OO
9 de ago de 2012 - Paulo Dias
A programação OO em JavaScript é um pouco diferente do que estamos acostumados. Diferente de Java, PHP, Ruby e outras, JavaScript não têm classes para definir(moldar) os objetos. Apesar disso, podemos programar orientado a objetos de varias formas diferentes, Vejamos um exemplo de como criar( simular ) uma classe:
function Pessoa( nome, idade ) { this.nome = nome; this.idade = idade; this.digaOi = function() { alert( "oi" ); } }Sim, isso é uma função, mas podemos criar uma instância dela através do operador new (como nas outras linguagens) e simular uma classe, assim:
var eu = new Pessoa( "paulo", "25" );Agora que temos uma instância de "Pessoa", podemos ter acesso aos atributos e métodos, veja:
alert( eu.nome ); eu.digaOi();Já temos um inicio para programar de forma OO em JavaScript, mas ainda falta implamentar encapsulamento e herança... primeiro vejamos como criar o encapsulamento.
O encapsulamento é um do principais pontos da programação orientada a objetos (OO). Basicamente, encapsular significa separar um programa em partes, protegendo o acesso direto aos atributos de uma classe. Para isso, geralmente, são utilizados modificadores de acesso e métodos específicos para a manipulação destes atributos (set / get). Em JavaScript não temos estes modificadores de acesso, mas podemos criar encapsulamento assim:
function Objeto() { var atributoPrivado; /* criando metodos de acesso ( metodos publicos ) */ this.setAtributoPrivado = setAtributoPrivado; this.getAtributoPrivado = getAtributoPrivado; function setAtributoPrivado( valor ) { atributoPrivado = valor; } function getAtributoPrivado() { return atributoPrivado; } } var objeto = new Objeto(); objeto.setAtributoPrivado( "teste" ); alert( objeto.getAtributoPrivado() );Básicamente quando é usado o "var" e "this" dentro de uma classe/função estamos usando respectivamente os modificadores de acesso privado e público (ainda não encontrei uma boa ideia para simular o protegido).
Com isso já podemos considerar nosso código encapsulado. Agora vamos implementar herança em JavaScript.
Herança é a habilidade de uma classe reutilizar (herdar) as características (atributos) e comportamentos (métodos) de outra. A herança é geralmente caracterizada usando a relação "é um".
Exemplo: carro é um veiculo
Carro herda as características e comportamentos de um veiculo. Vejamos um exemplo sobre como usar herança em JavaScript.
Primeiro criamos duas "classes" (super e sub-classe):
function VeiculoTerrestre() { this.andar = function() { alert("andando"); } this.parar = function() { alert("parando"); } } function Carro() { this.ligarFarois = function() { alert("ligando os farois"); } }Carro é um VeiculoTerrestre - Por isso é interessante herdar as características e comportamentos de VeiculoTerrestre em Carro. JavaScript não implementa uma palavra chave (extends) para indicar que uma classe herda de outra, mas podemos utilizar herança através do prototype assim:
Carro.prototype = new VeiculoTerrestre; var carro = new Carro(); carro.andar(); carro.parar(); carro.ligarFarois();Neste exemplo, usamos o prototype para criar a herança entre as "classes" VeiculoTerreste e Carro. O prototype é propriedade que nos permite adicionar características e comportamentos para as "classes", após sua definição, assim podemos reutilizar toda a definição de uma classe em outra.
Algo interessante é que também podemos criar novas características para as "classes" definidas pelo JavaScript. Como exemplo, vamos colocar um novo método na "classe" String do JavaScript. Geralmente, usamos a função parseInt para converter String para inteiros, vamos deixar essa conversão mais OO, colocando um método parseInt em String, assim:
String.prototype.parseInt = function() { return parseInt( this ); } alert( "10".parseInt() )Foi apenas uma introdução, mas a idéia é essa... ;)
Paulo Dias
Graduado no curso tecnólogo em análise e desenvolvimento de sistemas. Defensor do Software Livre e da democratização da informação. Possui as certificações Linux LPIC-1 e Java OCA. Atualmente exerce a função de coordenador técnico na área de telecomunicações.
Siga-me no Twitter
Tags:
Desenvolvimento